Referimos aqui o que nos separa do actual PSD: a indefinição ideológica, o neoliberalismo, o favorecimento dos especuladores económicos e financeiros, o cerceamento da Liberdade de Investigação dos que tentam investigar indícios de crimes praticados por políticos - governantes e ex-governantes, autarcas e ex-autarcas, parlamentares e ex-parlamentares -são o legado de 1 ano de liderança de Pedro Passos Coelho.
O PSD de Pedro Passos Coelho deveria ter sido mais acutilante, mais incisivo, exigindo a demissão do Porcurador-Geral da República, Pinto Monteiro e do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha do Nascimento.
Ainda que os acontecimentos estejam separados por 32 anos, perante o actual estado do país Francisco Sá Carneiro há muito teria exigido a demissão dos dois homens que protegem José Sócrates e o "polvo" que ele criou ou ajudou a crescer, os já referidos PGR e Presidente do STJ. Sá Carneiro exigiu a extinção do Conselho de Revolução, exigiu o regresso dos militares aos quartéis, o que viria a acontecer 2 anos após a sua morte, com a revisão consitucional de 1982.
O jornal Sol faz eco, hoje, de um artigo de opinião assinado por Pedro Santana Lopes, onde este manifesta o seu descontentamento com o posicionamento e prática do PSD de Pedro Passos Coelho. Revemo-nos nas suas críticas de que é difícil sentir-se "próximo de um partido em que muitos dirigentes se sentam na primeira fila das iniciativas de sucessivos líderes, sempre prontos para servir no Governo, em empresas, institutos públicos ou até embaixadas".
Olhamos para a Comissão Política Nacional e confirma-se que os que estiveram com Durão Barroso, Santana Lopes, Marques Mendes, Luís Filipe Meneses e Manuela Ferreira Leite "estão" agora com Pedro Passos Coelho. Há algum mal nisso? Depende! Há os voluntariosos, os que defendem o PSD acima de tudo e todos, há os que estão por fidelidade ao partido e acreditam que podem contribuir para um Portugal melhor, há os que estão com o líder para se posicionarem para ocupar os lugares dos "boys" do PS.
O desencanto de Santana Lopes fortalece-se quando refere que "um partido em que as diferenças programáticas e estratégicas não são as razões principais, está errado. Os partidos devem pensar, sobretudo, no que é importante para o país e não no que interessa aos que nele militam".
Esta é a resposta que demos ontem a S. Luís e que este não consegue entender quando falamos de Oeiras.
A parte final do trecho não perdeu actualidade e acutilância, por muito que muitos se sintam atingidos: "cada vez mais militantes e dirigentes daquele partido fazem mais guerra a companheiros do que a adversários...Nunca tratei melhor os adversários externos nem me aproximei deles para combater militantes do meu partido."
Este tem sido até agora o espelho do PSD de Oeiras e que alguns pretendem manter mesmo após a eleição da 1.ª Concelhia. NUNCA demos para este "peditório", NUNCA contarão connosco para manter e prolongar a clivagem dos que são de Oeiras e dos que são de Algés, NUNCA contarão connosco para marginalizar os que foram "laranja", "verde" e agora querem voltar a ser "laranja", contarão SEMPRE connosco para a unidade do PSD em Oeiras desde que o programa e a prática mantenham a matriz social democrata, personalista e humanista.
Se a revisão estatutária e programática em curso posicionar o PSD como um partido liberal, então, quem deve sair do PSD e criar um PL (Partido Liberal), PSL (Partido Social Liberal) ou seguindo o exemplo britânico dos LibDem, um PLD (Partido Liberal Democrata), são os revisionistas e seus apoiantes. Manter a sigla PSD e o nome Partido Social Democrata com programa e prática neoliberal, despojado dos valores personalistas e humanistas, será um "golpe de estado".
Que Pedro Santana Lopes se mantenha no PSD são os nossos sinceros votos.
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