Por motivos pessoais não foi possível assistir a uma Assembleia Municipal de Oeiras e podermos aferir a prestação dos eleitos municipais, nomeadamente os do PSD. Vamos tomando contacto com o que ali se passa através das Actas que nos são disponibilizadas, que não traduzem fielmente o ambiente, as "tricas", as "bocas", os "à partes" e, por vezes, ouvindo de viva voz a opinião e relato de Companheiros que não perdem pitada.
Assistimos à reunião extraordinária da AMO que decorreu na freguesia de Queijas, no Salão Paroquial, na noite de 24 de Janeiro, cujo tema era "Resíduos Sólidos", da qual tiramos as seguintes ilações:
1) O PS muito bem preparado sobre o tema, com a eleita Alexandra Moura bastante incisiva;
2) A CDU, através de Daniel Branco, com profundo conhecimento do "dossier", não tenha ele sido Presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira durante vários anos;
3) O CDS-PP, pela voz da eleita Isabel Sande e Castro, bem identificada com os problema dos "lixos", acutilante, para desespero, ainda que bem humorado, do Presidente da Câmara;
4) O BE, pelo seu eleito Miguel Pinto, também demonstrando conhecimento do tema, mordaz e corrosivo;
5) O IOMAF, com intervenção do líder da Bancada, seguidista, sem rumo, prenhe de demagogia, demonstrando um enorme desconhecimento do assunto, falando por falar;
6) O PSD...bem, o PSD...através do líder da Bancada, Jorge Pracana, na linha do seu homólogo do IOMAF, com uma intervenção fraquinha, cheia de nada, denotando uma confrangedora ausência de suporte documental, revelando que não havia tido qualquer contacto com a matéria em discussão, por mais residual que fosse.
Ainda não sabíamos se iríamos publicar estas linhas, redigidas poucos dias após a reunião de Queijas, quando nos deparamos com a entrevista que o Prof. António Brotas deu à Lusa e que o Sol online reproduziu no dia de ontem, na qual defende que o PS não pode funcionar como "uma claque de apoio ao Governo", criticando a ausência de debate interno e de José Sócrates enquanto Secretário-Geral.
Esta chamada de atenção de António Brotas trouxe-nos à memória as imagens da Assembleia Extraordinária da AMO em Queijas, onde foi visível a dificuldade dos eleitos do PSD fazerem uma Oposição construtiva, pois os problemas não são estudados, a crítica interna é desvalorizada, as propostas de alguns militantes ignoradas.
Uma das propostas do Presidente da Concelhia do PSD, Alexandre Luz, é a criação de vários grupos de trabalho, núcleos especializados, gabinetes de estudos, grupos de reflexão e debates internos, metodologias com as quais nos identificamos e consideramos imprescindíveis para a afirmação do Partido e ferramenta indispensável para os eleitos municipais - vereadores e membros da Assembleia Municipal - assim o queiram.
O PSD assumiu uma coligação governamental com o IOMAF, porém, tal não deve obstar a que os seus representantes exijam do seu parceiro as explicações e esclarecimentos que devem ser dados sobre assuntos relevantes, designadamente no âmbito do Orçamento, das Grandes Opções do Plano, investimentos e, nesta altura do "campeonato", o ENDIVIDAMENTO.
O PSD não pode condicionar o futuro Presidente da Câmara Municipal de Oeiras a eleger em 2013, seja ele qual for, o PSD não pode legar-lhe um Muncípio endividado, o PSD não pode hipotecar o Município de Oeiras viabilizando tudo o que o IOMAF lhe põe à frente, como ficou demonstrado no célebre "Concurso Público Internacional para a Aquisição de Serviços de Manutenção, Requalificação e Construção de Espaços Verdes nas freguesias de Porto Salvo, Barcarena e Queijas", no montante aproximado de seis milhões setecentos e cinquenta mil euros + IVA, que os seus vereadores aprovaram, os seus eleitos na Assembleia Municipal ratificaram e, recentemente, os seus vereadores revogaram!
Este imbróglio veio demonstrar à saciedade que uma estrutura sindical - a CS do SINTAP - tem mais conhecimento do "dossier espaços verdes" que os vereadores (de todos os partidos e do próprio IOMAF) e que os membros da Assembleia Municipal (excepto BE).
Pegando nas palavras do Prof. António Brotas e cingindo-as a Oeiras, o PSD na Câmara e Assembleia Municipal não pode funcionar como uma claque de apoio ou caixa de ressonância do IOMAF.